entre são paulo e o mangue


É praticamente impossível dissociar a música dos trabalhos do ilustrador e cartunista pernambucano Victor Zalma. Com forte influência do underground comix, Victor já possui em seu currículo uma vasta lista de trabalhos: ilustrações e caricaturas para revistas nacionais e estrangeiras (Coquetel Molotov, Caros Amigos, CréATions); história em quadrinhos sobre o cultuado e “maldito” Itamar Assumpção; projetos gráficos e arte para os álbuns de Leo Cavalcanti, Profiterolis e Apanhador Só; além de cartazes de shows e festivais. Radicado em São Paulo desde março de 2010 e íntimo da nova geração de músicos paulistanos, Victor prontamente aceitou o convite do Banda Desenhada e  respondeu algumas perguntas não só sobre a sua carreira, mas também sobre o seu envolvimento com o universo musical:



BD – Seus desenhos me remetem muito às histórias em quadrinhos underground dos anos 1960. Esta seria uma das suas principais influências?
Victor Zalma - Então, eu sempre li quadrinhos e sou muito ligado no traço e nos desenhos. De certa forma, vou assimilando um pouquinho de cada. Viajo muito nos diversos traços e nas variadas formas de fazer e naquela pegada mais suja. Aí não deu outra, conheci o universo de [Robert] Crumb e pirei, hehehe. Gosto muito do Moebius também; daqueles quadrinhos de terror dos anos 60, com uma estética bem durona que nem Jack Kirby; Mutarelli; Chiclete com Banana; Piratas do Tietê... Ah! E claro, sempre me inspiro nas pessoas que vejo por aí andando na rua.

BD - Uma grande parte de seu trabalho está intimamente relacionada à música. Esta ligação sempre foi intencional? Como se deu esta aproximação?
 Victor Zalma - Eu curto muito música! Eu tô sempre ouvindo algum som, tenho coleção de vinil e tudo mais. Desenho ouvindo música e ouço música desenhando.

BD – Em 2006, você ilustrou uma HQ para o songbook "PretoBrás - Por que não pensei nisso antes?", sobre a vida e obra do Itamar Assumpção, um dos maiores ícones da Vanguarda Paulistana. Você já conhecia a sua música? Como foi este contato e o desenvolvimento deste projeto?
 Victor Zalma - Eu sou fã de Itamar! Já conhecia o som dele e foi até por gostar tanto que acabei conhecendo o pessoal do projeto: [Luiz] Chagas, Mônica [Tarantino], Tulipa [Ruiz], Serena [Assumpção, filha de Itamar] ... Aí naturalmente acabei sendo chamado pra ilustrar a HQ do songobook, que fiquei instigadíssimo em fazer.





BD – No ano passado, você trabalhou no encarte do primeiro álbum do Leo Cavalcanti e produziu um cartaz para um show da Tulipa Ruiz. Qual a sua relação com essa nova geração da MPB?
 Victor Zalma - Da minha amizade com a galera, pessoas tão criativas e instigantes foi rolando uma afinidade que acabou dando frutos.


BD – E para o futuro? Quais são os seus próximos projetos?
Victor Zalma - Tô sempre desenhando, bolando alguma coisa. Eu toco uma produção de publicações independentes com meu amigo Henrique Koblitz (maior responsa, batizaram recentemente um instituto com o nome desse bicho lá em Recife) que é a Bigode Editora, e, eventualmente, lançamos alguma coisa e fazemos um evento e tal. E sempre correndo atrás de ganhar um dim dim com meu desenho pra sobreviver na cidade, que essa vida paulista é uesso!

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